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sábado, 30 de janeiro de 2010

PROPOSTA IRRECUSÁVEL

30 de janeiro de 2010 | N° 16231
ZERO HORA
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA


Proposta irrecusável

Se depender do secretário da Administração, Elói Guimarães, o governo gaúcho aceitará a proposta formalizada na quinta-feira pela presidente da Empresa Brasileira de Comunicação, Tereza Cruvinel, para que a TVE não seja transferida do prédio que ocupa no Morro Santa Tereza.

A proposta é irrecusável: além de não precisar pagar aluguel, a TVE não terá de retransmitir a programação da TV Brasil.

Se aceitar a proposta, o governo economizará no mínimo R$ 1 milhão, valor que gastaria com a transferência.

Futuro
O que o governo Lula ganha com a oferta para manter a TVE onde está? No curto prazo, apenas a simpatia dos funcionários.

O cálculo, porém, é de médio prazo. Integrantes do governo Lula que sonham com a eleição de Dilma Rousseff acreditam que, dependendo do resultado da eleição no Estado, será possível fazer com a TVE o acordo de programação que Yeda rejeitou.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Última tentativa para manter TVE no morro

Fonte: Jornal Já
http://www.jornalja.com.br
28/01/10

A jornalista Tereza Cruvinel, presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), está fazendo uma última tentativa junto à governadora Yeda Crusius, para que a TVE do Rio Grande do Sul permaneça no prédio que ocupa há mais de 20 anos, no morro Santa Teresa, em Porto Alegre.

O prédio que pertencia ao INSS e era alugado ao governo gaúcho foi adquirido pela EBC no final do ano passado, para implantar no Estado uma regional da TV Brasil, a rede pública federal criada pelo governo Lula em 2008.

A governadora não aceita integrar a rede da TV Brasil e, até agora, recusou todas as propostas feitas para manter a TVE no local.

Inclusive já anunciou a decisão de transferir a emissora estadual, junto com a rádio Cultura FM, para o Centro Admistrativo.

“Vou entregar uma carta à governadora dizendo que não exigimos nenhuma contrapartida, a TVE não precisa transmitir nenhum minuto da nossa programação”, disse Tereza Cruvinel. “Apenas queremos evitar uma mudança precipitada, pois não vamos precisar de todo o prédio mas apenas espaço para instalar uma gerência executiva regional”.

A jornalista afirmou que não tem audiência marcada, mas confia no bom relacionamento que criou com a governadora, em Brasilia, quando ela era comentarista política e Yeda, deputada federal.

“Vou ao Palácio tentar entregar a carta em mãos. Se ela não me receber, vou deixar com a secretária. É uma manifestação de boa vontade”, disse Cruvinel, que veio a Porto Alegre para participar de um seminário sobre Comunicação Social, dentro da programação do Forum Social Mundial.

TVE-RS - A agonia do desamparo

Por Valério Cruz Brittos e Diego Costa
Fonte: Observatório da Imprensa
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?msg=ok&cod=574IPB001&#c
26/1/2010


A TVE-RS, pertencente à Fundação Cultural Piratini, vem prestando importantes serviços à comunidade gaúcha desde sua fundação, em 1974, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. No entanto, tem potencial para fazer muito mais, radicalizando sua missão de serviço público, para tal necessitando desatrelar-se dos governos de plantão, uma característica de sua atuação. De toda forma, possui uma programação voltada para os meios culturais e notícias da região e cumpre papel social ativo no setor televisivo.

Nos últimos anos, vem aumentando seu grau de dificuldades de operação na mesma proporção em que tem sido intensificada a desatenção do governo estadual para com os objetivos da televisão pública, em especial a respeito do Conselho Deliberativo e dotação orçamentária adequada para produzir e distribuir conteúdos que atendam à diversidade social. No ideário neoliberal, um canal público de TV é descartável, na medida que (quase) tudo, inclusive a midiatização, deve ser entregue ao privado.

Não se identifica um compromisso do governo do estado do Rio Grande do Sul em relação à TVE. Os embates entre as diretorias da emissora, nomeadas pelo Executivo, e o Conselho Deliberativo têm sido freqüentes nos últimos anos, assim como as denúncias de interferências em sua linha editorial. Agora, a TV Educativa do Rio Grande do Sul vai mudar de prédio, pois estava instalada em um imóvel pertencente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) — e um acordo não foi viabilizado por aparente falta de empenho para tanto.

A necessária independência

Um possível convênio com a TV Brasil não foi definido, ao que tudo indica, por questões menores, já que aquela é controlada pelo governo federal, comandado pelo PT, e a TVE é da alçada de um governo estadual do PSDB. A emissora gaúcha preferiu seguir retransmitindo a programação da TV Cultura, de São Paulo, mediante um pagamento mensal, enquanto a TV Brasil cederia seus conteúdos gratuitamente. Mais do que isso, o problema é que as questões partidárias ou de governos seguem sobrepondo-se às públicas.

Na verdade, a prioridade de atender aos governos não é exclusividade da TVE do Rio Grande do Sul. Não necessariamente no mesmo grau, interferências político-partidárias identificam-se até em algumas estações públicas européias, ainda que na Europa encontrem-se exemplos históricos de compromisso social, como a BBC. Em qualquer dos casos, trata-se de uma espoliação da sociedade, que perde um dispositivo efetivamente público num embate que, principalmente no Brasil, contabiliza muitas derrotas.

Carece a TVE-RS de um modelo de financiamento adequado que garanta a quantidade de recursos suficiente para cumprir seu compromisso público e, em simultâneo, assegure sua autonomia em relação aos governantes de plantão. Necessitando sempre do governo estadual para administrar suas decisões financeiras, apresenta-se hoje como uma emissora que, apesar do esforço de seu quadro de funcionários de carreira, tem dificuldade de se manter com a independência necessária para midiatizar a realidade aos gaúchos.

Transparência e seriedade

Cedo ou tarde terão que ser discutidas as relações de poder entre Estado e setor privado, cuja dinâmica, considerando-se elementos como parceria publicitária e acessos prioritários a fontes, tem garantido o espaço da televisão comercial, mas não o avanço da comunicação pública, seja detida pelo Estado ou não. Isto se chama ausência de compromisso para com a coisa pública, numa área tão estruturante quanto a comunicação, cuja força econômico-político-social é mais que sabida, como reconhecem o mercado publicitário e o setor político.

A sociedade precisa acompanhar de perto este momento crucial envolvendo a TVE do Rio Grande do Sul, monitorando a anunciada mudança para um prédio emblematicamente denominado Centro Administrativo. Como se espera que as administrações estaduais se mantenham distantes dos ambientes públicos de comunicação — e o Estado cumpra sua obrigação de fornecer referentes comunicacionais aos cidadãos —, é hora de os eleitores ficarem vigilantes, cobrando transparência e seriedade nesse campo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

EBC quer permanência da TVE no Morro Santa Tereza

OFÍCIO 006/2010 – EBC -PRESI
Brasília, 19 de janeiro de 2010.

Ilmo. Sr.
PEDRO LUIS DA SILVEIRA OSÓRIO
Presidente do Conselho Deliberativo
Fundação Cultural Piratini – Rádio e Televisão

Prezado Senhor,

Acusamos o recebimento de seu ofício CD-TVE 10/09, de 21 de dezembro passado, e passamos a tratar, em seguida, das questões por ele suscitadas. Reiteramos, em primeiro lugar, que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foi criada para implantar e gerir o Sistema Público de Comunicação, buscando para isso parceria e associação, quando possível, com as instituições gestoras de canais públicos regionais. Neste sentido, sempre buscamos dialogar com a Fundação Cultural Piratini.

Efetivamente, a EBC esta adquirindo o prédio de propriedade do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que está locado à Fundação Cultural Piratini. Vale recordar que a preferência de compra foi oferecida pelo INSS à Fundação, que preferiu não exercê-la. Neste momento, o INSS ofereceu a preferência à EBC, que se habilitou a adquiri-lo. Estas formalidades estão agora em andamento. É importante registrar que a iniciativa de transferir a Fundação para outro local foi do próprio governo estadual.

A necessidade de fortalecimento da presença da TV Brasil, gerida pela EBC, na região Sul do Brasil já foi apontada por pesquisa de opinião e hábito do Instituto Datafolha, e decorre, em grande parte, do fracasso de nossos esforços para firmar acordo de rede e parceria na produção de conteúdos com a Fundação gestora da TVE/RS, a única TV pública regional que não é parceira da TV Brasil. Por isso, quando surgiu a oferta da compra do prédio, optamos pela aquisição, com vistas à implantação de uma unidade regional própria, sem abdicar da permanente busca de colaboração e eventual associação com a emissora pública regional. Sempre estivemos e continuamos abertos ao diálogo com este objetivo.

Por isso, ao se tornar proprietária do prédio da rua Correia Lima, número 2.118, em Porto Alegre, a EBC reitera seu interesse em que a Fundação Cultural Piratini nele permaneça instalada, facilitando o desenvolvimento de ações conjuntas e da imprescindível cooperação entre emissoras do campo público de comunicação.

Naturalmente, respeitaremos qualquer outra decisão que venha ser tomada pela direção da Fundação, colocando-nos à disposição para continuar discutindo a questão.

Atenciosamente,

Maria Tereza Cruvinel
Diretora-Presidente

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

TV Brasil deve renovar parceria

Jornal do Comércio
Porto Alegre
19 de janeiro de 2010


A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), controladora da TV Brasil, deve formalizar uma proposta de parceria com a TVE do Rio Grande do Sul até o final do mês. A informação é do secretário-executivo da EBC, Ricardo Collar. A intenção é propor uma parceria, que incluiria repasse de verbas para a produção de programas locais, permitindo que as duas emissoras convivessem no atual prédio ocupado pela TVE, adquirido recentemente pela EBC. Dependerá das necessidades da TV estadual e da natureza das atividades que ela desenvolve. A emissora tem um conjunto de demandas e teremos que compatibilizar com as necessidades regionais”, explica Collar. Na semana passada, o presidente da Fundação Cultural Piratini, Ricardo Azeredo, disse que não havia recebido nenhuma proposta formal da EBC. A TVE está finalizando um novo contrato com a TV Cultura, de São Paulo, e passará a pagar R$ 20 mil mensais pelo conteúdo da emissora paulista.
Collar afirma que a EBC já fez uma proposta, que talvez não tenha sido entendida como oficial. E afirma que a empresa quer “retomar o diálogo” e fazer uma nova oferta à TVE até o final do mês. Somente após a conversa, a empresa federal deve anunciar o que pretende fazer com os estúdios do Morro Santa Tereza. “Temos um plano de ocupação, mas queremos conversar com a comunidade local e com a própria TVE”, afirma Collar.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Painel sobre Radiodifusão Pública no Fórum Social Mundial

PAINEL SOBRE TV PÚBLICA - O Conselho Deliberativo da Fundação Piratini (gestora da TVE/RS e da FM Cultura) promoverá - juntamente com a Assembléia Legislativa e a representação local do Fórum Social Mundial - um painel sobre Radiodifusão Pública. Integrará a programação do FSM.
Data: 28 de janeiro, quinta-feira.
Local: Plenarinho da Assembléia Legislativa do RS.
Horário: 14 horas.
Participantes: Tereza Cruvinel, Celso Schröder, Pedro Luiz S.
Osório, Omar Rincón, e Gustavo Granero.

Em defesa da TVE e da FM Cultura

Pedro Luiz S. Osório

As emissoras de tevê e rádio da Fundação Cultural Piratini correm o risco de extinção. O governo do Estado quer transferi-las para o Centro Administrativo, abandonando as instalações do Morro Santa Teresa e uma das melhores localizações para as atividades de radiodifusão no Rio Grande. Seus propósitos são indefensáveis, julgo. Os refiro sinteticamente, desejando que sejam repensados. Afinal, a TVE e a FM Cultura constituem um patrimônio social, histórico e cultural dos gaúchos e a transformação radical que pesa sobre ambas não deve ser decidida à revelia das mesmas. O governo estadual alega que precisa entregar as instalações, nas quais é inquilino, para a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), vinculada ao governo federal, nova proprietária do imóvel. A EBC o adquiriu recentemente do INSS, antigo proprietário (conforme a lei, concedeu-se a preferência ao Estado, que não a exerceu). Ora, os dirigentes da EBC já declararam publicamente que não pediram a desocupação do prédio. Conforme eles, as duas emissoras podem permanecer onde estão, operando conforme as orientações dos seus dirigentes, sem qualquer contrapartida à EBC. Esta deseja ocupar apenas parte do prédio, para uma representação local. Portanto, não prevalecem os alegados argumentos de ordem legal ou econômica.
Por outro lado, a transferência das emissoras para os bastidores do governo, no Centro Administrativo, retira-lhes, de fato, o desejado caráter público. Passam a ser apêndices do Executivo. Isso afronta as características essenciais da Fundação, assim referidas no seu estatuto, art. 6º: “A produção e programação dos serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens da Fundação funcionarão de modo a salvaguardar sua independência perante o governo estadual e demais poderes públicos e assegurar a possibilidade de expressão e confronto de diversas correntes de opinião.” Ao tratar a Fundação como órgão da administração direta, o governo se apropria do que não é seu, mas da sociedade - como estabelece a lei estadual 10.535 - e usa privadamente o que é público. Esses propósitos, aliás, vinham sendo assinalados desde que o Conselho Deliberativo passou a ser impedido de cumprir suas atribuições diretivas. O abandono injustificado das instalações da TVE e da FM Cultura e a subordinação editorial e física que lhes foi imposta representam a extinção das emissoras públicas dos gaúchos. Ainda é possível salvá-las.

Presidente do Conselho Deliberativo da Fundação Cultural Piratini

Fonte: Jornal do Comércio, 19.01.10
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=17763&codp=1451&codni=3

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

TVE sem Radar e sem rumo

A última informação que tivemos na TVE é a de que os programas ao vivo do Radar ficarão fora do ar "por uns tempos", quando for feita a mudança de local. Enquanto isso, veicularão reprises. Seria só até o novo estúdio da "nova TVE" ficar pronto, em meio ao cimento e às secretarias do Centro Administrativo do RS. Um período entre 60 e 180 dias (com "boa vontade").

No fundo, sabemos, é mais um movimento para a implosão da TVE.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Yeda rejeita a TV Brasil, de graça, e paga para ter Cultura

Governadora tucana do RS renova o contrato com emissora do governo paulista

Rede de TV gaúcha perderá ao menos R$ 500 mil anuais em produção de programas; emissora diz que está "bem servida" pela parceria com SP


ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Fonte:Folha de São Paulo
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0701201011.htm

O governo gaúcho, da tucana Yeda Crusius, rejeitou uma proposta para que a TV educativa local, a TVE, retransmita a TV Brasil, do governo federal, para renovar contrato em que passará a pagar para veicular programas da TV Cultura -emissora ligada ao governo tucano de São Paulo.
Abrir mão da parceria com a TV Brasil significará para a TVE a perda de pelo menos R$ 500 mil em produção de programas ao ano, além de investimentos para migração para o sistema digital.
A emissora gaúcha fica ainda obrigada a mudar de sede, já que o prédio que ocupa há 30 anos e que pertencia ao INSS foi comprado pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação), responsável pela TV Brasil.
A presidência da TVE afirma que não há necessidade de acordo com a TV do governo federal, porque "está muito bem servida" pela parceria com a TV Cultura. Mas, como a emissora de São Paulo decidiu cobrar pela retransmissão, a TVE passará a desembolsar em torno de R$ 20 mil ao mês.
"Nosso momento atual é investir em programação local. Queremos reorganizar uma fundação que busca desesperadamente sua autossustentação", afirmou o presidente, Ricardo Azeredo.
Dentro do governo gaúcho, a opinião é que a TV Brasil é um instrumento do governo Lula. Aliados de Yeda citam como exemplo o viés governamental de programas jornalísticos, como o "Repórter Brasil", que precisa ser retransmitido pelo menos uma vez ao dia pelas parceiras estaduais.
Segundo o diretor jurídico da EBC, Luís Henrique Martins dos Anjos, a proposta feita à TVE inclui repasse de cerca de R$ 500 mil para produção de material jornalístico e programas que seriam incluídos na grade nacional da TV Brasil e a possibilidade de utilizar a tecnologia da emissora federal na migração para o sistema digital.
O diretor afirma que a TV Brasil já paga pelos direitos de transmissão dos principais programas da TV Cultura -como o "Roda Viva" e infantis-, que a emissora gaúcha poderia levar ao ar sem custos. Além disso, mais de 50% da grade de programas é aberta para produções locais.
"A única explicação que eu encontro é a orientação política", diz ele, que é responsável pela instalação da EBC no RS.
Martins dá o exemplo da TV educativa de Minas Gerais -outro governo tucano-, que tem parceria com a TV Brasil e recebe para produzir quatro programas que vão ao ar em todo o país. "Não é normal que todas as TVs educativas estejam erradas", afirmou ele.
O diretor afirma que a TV Brasil tem interesse em pagar em torno de R$ 400 mil para que a TVE produza um programa infantil em rede nacional.
"A governadora fez um anúncio de que [a TVE] ia mudar de local. Mesmo assim, nós vamos reiterar a proposta", diz.
A presidente da EBC, Teresa Cruvinel, vai enviar um novo convite ainda neste mês.
Com o fracasso das negociações com a TVE, o Rio Grande do Sul passa a ser o único Estado em que a TV Brasil está sem parceria para retransmissão.